segunda-feira, 5 de abril de 2010

Auto-retrato

Vincent Van Gogh, Auto-retrato, 1889.

Ao entrar naquele ambiente logo pude ver um reflexo subliminar. Inicia sério, parecendo requerer distância, sem muita conversa. Um que de reservado, por vezes de arrogância. Pelos traços de seu corpo tudo indica um perfeccionista: cabelo, roupas, óculos,... Os reflexos são admiráveis, digamos que à primeira vista um bom partido. Os olhos têm particularidades, implicam num leve tom de tristeza. Requer ser decantado, dar oxigênio para respirar. Evoluir. Não meses, mas em horas, com a troca de poucas palavras é bom ouvinte, muito amável. Honestidade o permeia, é o orgulho de tanta bondade. Ainda persiste um amargor, porém nada que tire o equilíbrio. Ao ser questionado, logo se dá a perceber que não aceita opinião dos outros. Críticas, nem pensar. Apesar de querido, como um amante, ainda assim pede distanciamento. Estranho, para um poço de simpatia. Acende-se uma luz mais forte, e vejo então os contornos do espelho que me denuncia...

Postado por Fábio Antonio Filipini

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