domingo, 27 de junho de 2010

olá,

De acordo com a proposta do nosso último encontro (escrever a partir da criação de Paulo Leminski e agregar ao nosso texto ou o contrário), segue o que eu lhes apresentei:

Cortinas de seda
O vento entra
Sem pedir licença*

No copo
Pequenas doses de ilusão
À espera de lábios quentes.

***

Dias apressados
A janela desenha no chão uma gaiola
Que desaparece
Quando o sol vai embora.

À noite me pinga
Uma estrela no olho
E passa.*

*Paulo Leminski


Por favor, não me deixem sozinha nessa! Postem o de vcs tbém!
abraços,

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Amante

Vocês mulheres, isso mesmo, vocês. Tenho por mim que serei, em curto espaço de tempo, um defunto ilustre no fundo dos olhos de cada uma. Irão relevar minhas faltas, pois vou me adaptar facilmente a seus gostos. Sou incondicionalmente cúmplice de suas vontades, desejos.

Aliado maroto a sua crise de rebeldia, deixarei acender e apagar sua chama de desejo por toda noite que puder roubar. Não tenho ciúmes, e sou sempre dado a amores novos. Preencho vazios. Coração não fica na ponta do medo, aproveita intensamente os segundos que não terminam. Vivo.

Queridas, espero que esqueçam o que muitos dizem sobre o que sou. Tenho um coração quente e sou amarrado pelo corpo. O suor das suas mãos é o tempero da minha fome.

Tá! O ibope vem aumentando, e tenho agenda cheia, mas nunca me esqueço de você. Ligo quando menos esperar. No que faço não existe profissionalismo. Já imaginou Don Juan empregado? Não pode ser. Amo todas, e transformo suas necessidades escondidas em atrevimentos reais.

Dou flores na tarde morna; beijos na nuca; trago arrepios que se espalham no corpo dando a notícia da paixão; fogo; falo na hora exata de sua vontade; beijo; ser teu quando estivermos sós; forte na medida certa; gozo; cafajeste para corromper honestamente seu coração; deixar o tempo para os outros e dar-lhe vida; intensidade; morder seus lábios carnudos e transformá-los em beiço pronto para o choro quando partir; fazê-la sentir-se criança querendo mais, e mais, e mais...

O romance pode escrever nossa história, e a novela que vocês vejam em casa.
Eu? Sou, tipo assim, uma crônica: leve, ligeiro, alegre e sedutor.

Mulheres, aquilo de querer, ainda me levará até seus pés.