segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A descoberta do mundo

Não consigo me interessar por futebol, e fui contra quando soube que o Brasil sediaria a Copa de 2014, por ser do time daqueles que acham que o Brasil tem outras prioridades para atender antes de se dar ao luxo de torrar bilhões na construção de estádios portentosos e demais gastos que envolvem esse evento.

No entanto, uma única vez uma Copa do Mundo me prestou um serviço importante, ou melhor, a mim e ao meu irmão. O ano era 1998, quando eu tinha 8 anos e ele, 6. Ouvíamos direto anunciar pela televisão os países que iam jogar na Copa, e tanto ouvimos que começamos a ter curiosidade em saber onde ficavam aqueles países. Ao comentar desse interesse com o nosso pai, ele explicou, de forma muito pedagógica: "Vocês sabiam que existe um livro de mapas, chamado atlas, que dá pra gente consultar para saber onde ficam os países?" Desde então, passamos a cobrar dele para que comprasse o tal livro. Ao fim de algum tempo, ele chegou com o atlas debaixo do braço, que temos até hoje, por sinal. Dois dias depois, nos ensinou a localizar qualquer ponto no mapa usando aquelas indicações de letras e números que aparecem em cada página.

A partir daí, o atlas passou a ser mais um dos nossos brinquedos! Ficávamos horas debruçados sobre ele descobrindo o mundo, inventando histórias, etc. Antes de ter o atlas em casa, por exemplo, eu achava que a Holanda (ou "Holândia", como escrevi uma vez quando era criança) ficava onde na verdade está os Estados Unidos, e que a Jamaica era um país da África, não da América Central. Brincamos com o atlas durante tanto tempo, inclusive no jogo de stop, que acabamos decorando naturalmente muitas localizações de países e cidades, e mesmo antes de termos Geografia na escola já adorávamos essa matéria, e nunca tivemos grandes dificuldades nela.

Foi assim que o meu pai nos deu o mundo. Nada mais justo, para homenageá-lo no dia dele, que contar esta bonita história, da qual ele foi um dos protagonistas.

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